A 20 de Janeiro Jorge Peixinho, compositor editado pelo MIC.PT, faria 75 anos...
Por esta ocasião, neste dia foi lançada a abertura das comemorações do 75.º aniversário do nascimento de Jorge Peixinho, iniciativa organizada pelo Grupo de Música Contemporânea de Lisboa (GMCL), Escola de Música do Conservatório Nacional, Festival Dias de Música Electroacústica, Escola de Música Nossa Senhora do Cabo e Conservatório de Música de Seia. Neste sentido foram organizados três eventos paralelos - visionamento de um documentário sobre Jorge Peixinho, uma conferência por Cristina Delgado e Jaime Reis e um concerto com música electroacústica de Jorge Peixinho. Ao longo de 2015, o GMCL irá estender esta iniciativa através da colaboração com várias entidades, para a organização de exposições, concertos, conferências e sessões de electroacústica, todas elas dedicadas a Jorge Peixinho, referência fundamental no que à música portuguesa da segunda metade do século XX diz respeito. Compositor, professor e intérprete, fundador do GMCL, "talento precoce, viadante dos grandes centros da vanguarda do pós-guerra europeu (...), Jorge Peixinho demonstrou sempre uma vontade firme e tenaz de transformar o panorama musical que o envolvia, mesmo quando as circunstâncias e os resultados lhe eram adversos", escreve Cristina Delgado na introdução ao livro, Jorge Peixinho. Escritos e Entrevistas (CESEM/Casa da Música, 2010).

Prelude; Scherzo & Fugue (2011) para quarteto de guitarras e Chamateia & Solteiras (2014), versão para quinteto de guitarras, são duas peças de Duarte Dinis Silva, compositor editado pelo MIC.PT, que serão estreadas pelo Quarteto Zyryab no dia 7 de Fevereiro no Museu Tavares Proença Júnior em Castelo Branco, no âmbito do 3.º Festival de Guitarra desta cidade. Este evento, a decorrer entre 6 e 16 de Fevereiro, é dirigido a toda a comunidade de guitarra em Portugal, e tem como objectivo proporcionar aos alunos do Conservatório Regional de Castelo Branco mais do que as actividades lectivas regulares, enriquecendo a sua formação e tornando-os actores centrais do próprio festival. Ao longo de dois fins-de-semana, todos os interessados poderão assistir a vários eventos entre os quais quatro concertos e um curso de guitarra dirigido por Pedro Rodrigues.

No dia 1 de Fevereiro na Casa da Música no Porto celebrou-se a música portuguesa para banda pela pena de compositores de várias gerações, incluindo a obra Coros e Danças Medievais (1978) de Cândido Lima, pela primeira vez interpretada fora do contexto escolar. Além da música deste compositor editado pelo MIC.PT o programa do concerto, na interpretação pela Banda Sinfónica Portuguesa (BSP) sob a direcção de Pedro Neves, incluiu uma encomenda da BSP a Lino Guerreiro, al-Uqṣur “Luxor” fantasia para orquestra de sopros apresentada em estreia absoluta. No âmbito do Concurso Nacional de Composição da BSP, que tem dado a conhecer novos talentos da composição para este tipo de agrupamento, foram ainda apresentadas as obras finalistas desta 3ª edição, de Rui Rodrigues (Viagem de Balão), Pedro Soares (Sopro de Côncovo) e Diogo Carvalho (Gestos).

No passado mês de Janeiro Daniel Schvetz juntou-se aos Compositores Editados pelo MIC.PT, sendo que neste momento o Catálogo Online de Partituras do MIC.PT inclui três obras suas: Hendecateto Concertante (2014) para ensemble de sopros e percussão, assim como Kasida de la rosa (2011) e Kasida del herido por el agua (2011) para coro e quarteto de guitarras.
Nascido em 1955 em Buenos Aires, Daniel Schvetz reside em Portugal desde 1990, tendo formado numerosos grupos e ensembles de câmara, para os quais compôs obras originais e tendo também adaptado peças de outros compositores, que passaram a formar parte do repertório de várias instituições de ensino da música e de diversas formações. Concluiu o curso de piano no Conservatório Nacional de Buenos Aires López Bouchard, a licenciatura em composição no Conservatório Musical Beethoven em São Paulo e o curso de música eletroacústica no Centro Cultural Ricardo Rojas. Daniel Schvetz desenvolve a sua actividade nas áreas do ensino e da composição e como intérprete. O seu catálogo inclui obras para diversas formações - peças para coro a capella e com acompanhamento instrumental, música de câmara, peças a solo, obras orquestrais com e sem solistas, óperas, ou peças de teatro musical, entre outros géneros.

O MIC.PT disponibiliza, a partir do mês de Fevereiro, sete novas partituras de três compositores portugueses da actualidade: A Propos d’un Son (Grisey in Memoriam) (2014) para viola e electrónica de Eduardo Luís Patriarca; Komm tanz mit mir! (1997) para ensemble instrumental, pour un Cadavre Exquis (1995/2010) para ensemble instrumental, Trois Chansons Inachevées (2003) para soprano, saxofone tenor e electrónica, Va(lé)riation 1 (2005) para ensemble instrumental e Va(lé)riation 5-B (2009) para guitarra amplificada e electrónica de António de Sousa Dias; assim como Cantos das Fragas (2013) para violino, violoncelo, gitarra e piano de Cândido Lima.
A edição de partituras pelo MIC.PT tem como objectivo a distribuição de partituras de obras de compositores portugueses, tornando acessível a sua consulta online e download gratuito, fomentando e promovendo assim o conhecimento e a escolha de obras portuguesas por parte de instrumentistas, ensembles, e programadores, e ainda o seu estudo no meio académico. O Catálogo de Partituras do MIC.PT, disponível online, inclui presentemente 882 obras de 52 compositores portugueses.

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No dia 15 de Janeiro no O’culto da Ajuda (Travessa das Zebras n.º 25) em Belém, Lisboa, das 14h30 às 17h, irá decorrer a conferência SOS Digital - Património musical e preservação digital, organizada pelo Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa e pela DGLAB (Direcção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas) em articulação com a RPCPD (Rede de Preservação Comum de Património Digital) da qual o MIC.PT faz parte. Este evento tem como objectivo a apresentação do projecto Continuidade Digital, actualização da actual fase dos trabalhos e exploração do contributo da comunidade de prática da música neste contexto. Contará com comunicações da própria DGLAB - Preservação digital: um esforço solid(t)ário?; de António de Sousa Dias, compositor, professor e investigador no Instituto Superior Autónomo de Estudos Politécnicos (IPA) e Universidade Católica Portuguesa / Escola das Artes / CITAR - Música electrónica "live" e "recasting": três casos de estudo [Jorge Peixinho, Harmónicos (1967), Jorge Peixinho, Sax-Blue (1982) e Cândido Lima, Ñcáãncôa (1995)]; de Miguel Azguime, compositor e director do Centro de Investigação & Informação da Música Portuguesa - À procura de um arquivo dinâmico e inteligente para as obras musicais digitais? Histórias, contextos e perspectivas; e de Andreia Nogueira, doutoranda na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova e investigadora associada ao Centro de Estudos em Sociologia e Estética Musical - Pensar o futuro da música contemporânea com o advento da tecnologia digital.
Um momento musical com várias “obras musicais no digital” completará este evento. A participação é gratuita mas sujeita a inscrição (enviar uma mensagem electrónica para mario.santana@dglab.gov.pt referindo o nome, entidade/serviço e a designação SOS Digital em assunto, assim como "declaração de presença” caso necessário).

No dia 17 de Janeiro no O’culto da Ajuda em Lisboa decorrerá um espectáculo dedicado a Alvaro García de Zúñiga, escritor, poeta, filósofo, músico, encenador, e colaborador do Espaço Crítica para a Nova Música, que nos deixou recentemente. Radicado em Portugal desde os anos 1990, Alvaro García de Zúñiga viveu a sua juventude entre o Uruguai, onde nasceu, e a Argentina, onde iniciou a sua formação musical. Da música e das experiências de teatro musical transitou para o teatro e daí para outras escritas, deixando uma obra prolífica. Depois de estudar em Buenos Aires prosseguiu estudos em Londres, passou por Madrid, Paris e Colónia e fixou-se em Lisboa, onde se dedicou sobretudo à escrita. Em Portugal, assinou a autoria de vários espectáculos, incluindo o mais recente programa de leitura e discussão da obra Dom Quixote de la Mancha de Cervantes, no São Luiz Teatro Municipal em Lisboa. Para Alvaro García de Zúñiga, “a língua (e as línguas) são a matéria prima do trabalho.(...) Uma língua sem nacionalidade específica que se diverte a cruzar-se com outras línguas e a inverter as convenções linguísticas”. O espectáculo no O’culto da Ajuda que terá lugar às 21h00 será integralmente preenchido com obras suas, e irá contar com a participação de Teresa Albuquerque, com a qual este poeta-filósofo fundou a associação BlaBlaLab, do harpista e compositor Eduardo Raon, e ainda de outros participantes, seus amigos e cúmplices.
O "aniversário" de Alvaro García de Zúñiga será precedido no dia 16 de Janeiro, também às 21h00 no O'culto da Ajuda, com um espectáculo pelo Powertrio, com Joana Sá no piano, Luís Martins na guitarra e Eduardo Raon na harpa, no contexto do Art's Birthday 2015. Este evento, coproduzido pela Miso Music Portugal e Antena 2, é uma homenagem à Arte e ao seu papel na sociedade. As celebrações do Art's Birthday 2015 que se realizam no O'culto da Ajuda terão transmissão em directo na Antena 2 e para toda a Europa através da União Europeia de Radiodifusão.